sábado, 28 de abril de 2012

Está Bom


Uma repentina brisa, surpreendentemente quente, sopra entre as folhas, espalhando a poeira de forma sem vida. E com a aragem de ar fresco vem a diferença. Sua imagem flutua na brisa quente. O riso desponta nas faces esculpidas. Um reservatório de lágrimas está conservado na alma. Uma luz cintila nos olhos. Há poesia para o espírito. Lógica. Lealdade. Como folhas em uma brisa de outono, que flutuam, caem e são absorvidas. Seus dons se tornam parte dele. Sua majestade sorri à sua imagem. “Está bom”. Os olhos se abrem. Ser uno. Criador e criatura caminhando à margem do rio. Risos. Pureza. Alegria inocente. Vida eterna. Então a árvore. A luta. A cobra. A mentira. O encanto. O coração está partido, seduzido. A alma levada pelo prazer, à independência, à importância. Agonia interior. De quem é a vontade? A escolha. Morte da inocência. Patamar da morte. O primeiro pecado. Vestígios de lágrimas misturados com vestígios do fruto… [então,] A MISSÃO. ”Abrãao, você será o pai de uma grande nação. E, Abraão… Diga ao povo que o amo.” ”Josué, você guiará os escolhidos. E, Josué… Diga ao povo que o amo.” ”Davi, você reinará sobre o povo. E, Davi… Diga ao povo que o amo.” ”Jeremias, você suportará os laços da escrevidão. Mas, Jeremias… lembre aos meus filhos que eu os amo.” Deus cuidando, nunca se ausentando, sempre ansiando novamente pelo jardim… [Finalmente,] Trono vazio. Espírito descendo. Anjos apressados. Uma jovem… um ventre… um ovo. Novamente o divino artista formou um corpo. Desta vez o próprio corpo. Carne da divindade. Pele assentada no espírito. Onipotência com cabelos. Unhas. Juntas. Molares. Rótulas. Caminha outra vez com o Homem. Mas agora o jardim está cheio de espinhos. Espinhos que cortam, envenenam, que permanecem implantados, causando dolorosas feridas. Desarmonia. Doença. Traição. Medo. Culpa… E outra vez uma árvore. Novamente uma luta. A cobra. O encanto. O coração partido, seduzido. Outra vez a pergunta: “De quem é a vontade?” Então, a escolha. Vestígios de lágrimas misturados com vestígios de sangue. Relacionamento restaurado. Ponte construída. Outra vez Ele sorri. “Está bom”.


“Porque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo.”


(I Cor 15.21-22) - Extraído da obra de Max Lucado - “God Came Near”

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